VOCÊ PRECISA DE UMA CIRURGIA NO JOELHO?

O joelho é uma articulação bastante complexa e um local frequente de lesões traumáticas e degenerativas.
A cirurgia do joelho é bastante comum e apresenta elevadas taxas de resolução dos problemas e satisfação aos que passam pelo procedimento — e isso garante melhor qualidade de vida aos pacientes.
Porém, há muitas condições em que podemos evitar esse tipo de tratamento, optando pelo chamado tratamento conservador (não-cirúrgico).
Por quais razões a cirurgia de joelho é necessária? As lesões no joelho podem ocorrer por motivos diversos, como traumas diretos (choque de algo diretamente com o joelho) ou entorses (torções geralmente em movimentos de rápida mudança de direção, quedas ou movimentos rotacionais mais bruscos que causam lesão nos ligamentos das articulações) nas práticas esportivas, acidentes com veículos, no trabalho ou em atividades cotidianas.
Há também doenças degenerativas que podem estar associadas ao sobrepeso, à idade ou a outras doenças, como as doenças reumatológicas.
As dores na articulação também podem estar relacionadas ao estilo de vida da pessoa. Um jogador de futebol, por exemplo, tem mais chances de apresentar problemas no joelho justamente por ter maior sobrecarga nessa articulação e maior exposição ao risco de lesões.
Em quais situações a cirurgia de joelho é necessária? Existem várias razões que levam o paciente a procurar pelo especialista de joelho. Entre elas, a queixa que mais se destaca certamente é a dor, que pode estar presente de forma aguda ou crônica, em vários graus de intensidade, na maioria dos problemas de joelho.
No caso de lesões nos ligamentos, situações muito comuns são os falseios ou instabilidades, que muitas vezes impedem a continuidade da prática esportiva e favorecem o surgimento de novas lesões associadas no decorrer do tempo, como lesões nas cartilagens e nos meniscos.
Na população de idade mais avançada e nas pessoas com problemas crônicos nos joelhos ou com deformidades, são comuns as crepitações: uma percepção de rangido ou atrito no joelho durante a mobilização, ao agachar ou ao subir escadas, por exemplo.
Ao mesmo tempo em que essas crepitações podem não ser dolorosas ou ter pouco significado, quando associadas à dor que impede a realização de algumas atividades (dor limitante) e redução das atividades cotidianas ou esportivas do paciente, um tratamento com protocolos bem estabelecidos deve ser instituído — baseado no estudo do caso, de forma progressiva, do tratamento mais simples ao mais complexo, de acordo com as necessidades daquela situação.
Em outras situações, temos por exemplo as luxações patelares, quando a patela (“rótula”) se desloca de sua posição habitual no fêmur, causando muita dor e impedindo a prática esportiva. Em alguns pacientes, há uma predisposição anatômica, onde a luxação pode ocorrer aos mínimos esforços, de forma repetitiva (recidivante), tornando o joelho pouco confiável e limitando bastante a vida da pessoa. Um estudo completo desses fatores irá determinar o melhor tratamento.
Certamente há muitas situações em que a cirurgia poderá ser evitada, como em algumas lesões degenerativas meniscais mais específicas, osteoartrite (“artrose”) em fases iniciais e em alguns distúrbios menos graves da articulação femoropatelar (articulação entre a patela e o fêmur). A reabilitação por meio de fisioterapia e reorientação da atividade física poderão ser suficientes, mas a avaliação de profissionais capacitados é de extrema importância para poder entender cada caso em particular.
A experiência do médico, aliada aos estudos em exames de imagem, poderá ajudar muito a definir o momento e a necessidade de uma eventual cirurgia. Há condições em que a cirurgia não deve ser postergada, como nos comprometimentos mais graves ou lesões em pacientes muito jovens ou em atletas de maior performance.
Um ponto importante é que com os avanços de técnicas minimamente invasivas, como a artroscopia, a cirurgia em muitas situações poderá ser bem mais simples do que você imagina, nem mesmo necessitando internação, imobilização ou muletas.
Toda lesão ou condição que compromete a qualidade de vida ou impede a prática esportiva deve ser bem avaliada. Normalmente, o caminho mais cuidadoso é tentar inicialmente o tratamento não-cirúrgico. Mas lembre-se: apenas seu médico poderá definir em que situações o melhor mesmo a ser feito é a cirurgia.
Joelho, Trauma e Esporte










